quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Apoios e contributos (5) - Octávio Ribeiro


Foto "Correio da Manhã"


Conheço o Octávio Ribeiro há muitos anos. Somos tão amigos que o sinto como se fosse meu irmão.

Dele, quer que se diga o seguinte:
“conheceu-se, estudou, perdeu-se e encontrou-se no Barreiro. Reivindica que todos os seus filhos serão do Barreiro!”.

É, seguramente, um dos melhores jornalistas portugueses. Começou as suas lides na Comunicação Social na Rádio Sul e Sueste, que funcionou, sempre, no edifício da Cooperativa dos "Corticeiros", no Barreiro Velho.

No grupo que, então, se formou - e que dava corpo a programas de rádio e outros eventos excepcionais - andámos muitos, dos quais eu era dos mais velhos, a fazer coisas muito interessantes, à volta de um conceito que, em boa verdade, ele inventou - a Subvoga.

Aí conheci muita gente, muito boa, da sua geração e mais novos - o Jorge Sol, um dos donos da Miopia Design; o grande Paulo Santiago, que escreve como poucos, é um criativo de primeiríssima água e tem uma voz das melhores que passaram pela rádio Potuguesa; o Miguel Talhinhas, nóvel Gestor, apaixonado pela música e pelo Cinema e, nesses tempos, cronista do "Blitz"; o João Vaz, garboso militar das Forças Armadas Portuguesas; o Jorge Moniz, Director Pedagógico da Escola de Jazz do Barreiro; o Fernando Sobral, escritor e grande jornalista, actualmente editor do "Diário Económico", o Zé Manuel Castro Moura, outro dos brilhantes jornalistas que faziam parte desse grupo. Mas, também, a Virgínia Pina, aka "Gigi", brilhante Diplomata e que é, hoje, membro da Assessoria para as Relações Internacionais da Casa Civil da Presidência da República; a Madalena Alves Pereira, conhecida Advogada barreirense, ex-vice Presidente da Câmara Municipal do Barreiro e minha querida amiga; a Elsa Santos uma .imaginativa designer que eu já não vejo há tempo demais. Por todos, incluindo eu, o Octávio já era reconhecido como um Líder.!
Depois, saltou, profissionalmente, daqui para fora. Ele, que era um exímio futebolista, do Barreirense, a quem uma lesão cortou a carreira, tornou-se num dos mais respeitados jornalistas desportivos do País. Na RTP criou um estilo novo
de comentário desportivo, sóbrio, informado e formador, que ganhou seguidores. Na TVI, era Director de Informação, quando saiu.

Na Imprensa Escrita, iniciou-se como jornalista do "Semanário" e foi Chefe de Redacção de "O Independente". Entrou, tempos depois, para o "Correio da Manhã" onde, do meu ponto de vista, foi um dos principais mentores do profundo processo de transformação que levou aquele jornal ao 1º lugar absoluto da Imprensa diária, paga, em Portugal. É, actualmente, com todo o mérito, o Director do "CM".

Eu, que o conheço bem, sei que não pede nem aceita pedidos de favores.

Hoje, recebi dele, pelas 13:21, a seguinte mensagem electrónica. Porque ele me pediu, eu publico. Se não fosse assim, eu teria tido pudor em o fazer.


Caro António,

Peço-te que coloques no blog o seguinte texto:

Se todas as cidades contam com cidadãos apaixonados pelo meio onde nasceram - ou cresceram -, poucas como o Barreiro contam com gente que, esteja onde estiver, olha para tudo com um olhar barreirense. E o olhar barreirense é, desde que me conheço, crítico mas construtivo. Desinibido. Corajoso mas responsável. Inovador. Progressista mas humanista. Com valores.

Nas últimas décadas, contingências várias têm levado a uma purga de massa cinzenta do Barreiro. Muitos dos seus melhores filhos olham agora para o Barreiro de longe. E visto de longe o Barreiro parece estar a perder algumas das marcas que lhe deram a matriz do olhar barreirense. Muitos e bons continuam no Barreiro, a nossa terra querida, a baterem-se para que mereça a herança dos que o fizeram vanguarda social e política durante mais de um século.

Entre estes, para o que agora importa, tenho de destacar António Cabós Gonçalves. Um enciclopedista que, após mais de meio século de vida, continua em actualização constante, capaz de integrar todas as novas percepções, sempre com o fito de as colocar ao serviço dos outros e da sua cidade. Um Mestre raro.

Só as tristes e ancestrais regras do encolhimento do possível - mal que mais do que barreirense é português - podem impedir que se olhe para uma ideia do outro como nossa. E aderir. Contribuindo não para o seu estrangulamento à partida, mas para o seu aperfeiçoamento até à optimização realizável.

Passear hoje no Barreiro Velho basta para sentir que algo tem de começar a ser feito. Com urgência.

Saudações barreirenses,

Octávio Ribeiro


Ao Octávio, não preciso de agradecer. Uma vez, em que ele, percebendo uma dificuldade minha, sem eu me aperceber, resolveu ajudar-me, para evitar agradecimentos posteriores, deixou-me apenas um bilhete a dizer "Como se fosse ao contrário...".


2 comentários:

Paulo Freixinho disse...

Conheci o Octávio Ribeiro, bem como outros nomes aqui referidos, nos meus tempos de "músico" como baixista dos Spel e O Soberano Veste Chanel.

Sempre foi um grande amigo dessas duas bandas, chegámos a ensaiar na garagem do seu pai e graças a ele, demos o nosso primeiro concerto no Clube Naval Barreirense, na noite de 24 para 25 de Abril de 1989.

São muitas as saudades desse tempo!

Deixo aqui um abraço para ele e parabéns por este blog.

Paulo Freixinho

Anónimo disse...

porra, carago, para o paneleiro do barreiro. o variações benfiquista da terra do adubo.