segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Deixando assentar a poeira…


Passados 6 dias sobre a apresentação da Proposta de criação do Mercado de Rua “Marquês de Pombal” na Assembleia Municipal, já muito se disse e se escreveu sobre a ideia, parecendo-me que a mesma tem sido, de um modo geral, bem aceite.

A primeira reacção, ainda no decorrer da Assembleia Municipal, veio do Dr. José Teixeira Mota, ilustre Advogado barreirense, representante dos feirantes do Mercado da Verderena.

Segundo o Jornal do Barreiro, o causídico, no meio da sua intervenção, em defesa dos interesses dos seus representados, considerouinadmissível que um cidadão tenha feito o trabalho de casa para encontrar soluções, enquanto que a CMB com tantos funcionários, apenas o que consegue fazer é dizer que não há espaço.”

Não pretendendo fazer quaisquer considerações sobre as atitudes, anteriores à apresentação da minha proposta, tomadas pelos diversos intervenientes do processo, não posso deixar de agradecer ao Dr. Teixeira Mota a referência que lhe fez, ainda mais, “balizado” como estava pelos 4m e 7 segundos permitidos para a sua intervenção no período reservado ao público.

Tomei também nota da quase nula atenção que os Srs. Deputados Municipais deram a tal proposta. Todavia, compreende-se, considerando o facto de a minha apresentação ter resultado “atabalhoada”, por força dos constrangimentos de tempo e da minha inabilidade, e, praticamente, apenas os líderes de bancada terem tido acesso directo ao dossier impresso. Já estive nessa posição em diversos mandatos e sei bem como estas coisas se passam…

A génese da ideia

Quando, em princípios de Julho, me apercebi, enquanto cidadão que procura andar bem informado, do problema que estava criado com a prevista extinção do Mercado, então prevista para o próximo dia 28 de Agosto, pensei que, com o conhecimento profundo que tenho da minha terra e com algumas capacidades, multidisciplinares, que tenho vindo a acumular ao longo dos 52 anos que levo de vida pessoal e 27 de profissional, talvez pudesse ajudar na busca de uma solução para a questão que, desde que surgiu, ficou, por assim dizer, na ordem do dia.

E essa solução apareceu-me, devo dizer, quase pronta, depois de uns dias a pensar no assunto. Sem falsas modéstias, acho que fui trabalhando mentalmente quase todos os diferentes aspectos e questões que a ideia que me surgiu suscitava.

Ainda sem nada escrito, mas já seguro de que a “coisa” tinha “pés para andar”, tentei telefonar ao meu amigo João Carlos Soares, vereador da C.M.B., com o pelouro dos Mercados, para esclarecer algumas dúvidas e lhe comunicar, “em primeiro ouvido”, a ideia. Todavia, o número do seu telemóvel que eu possuía era o antigo, antes de a C.M.B. ter mudado de operador e, assim, ficou sem ter o “privilégio” de ser o primeiro a saber.

Depois, expus a ideia a 2 ou 3 amigos e alguns “correligionários” que, à mistura com uma apreciação geralmente positiva, me foram colocando algumas questões sobre a possibilidade da sua concretização.

Por mero acaso, encontrei o Sr. Presidente da Câmara à porta dos Paços do Concelho e expus-lhe, também, em traços largos, o essencial da minha ideia.

Conheço o Carlos Humberto há mais de 40 anos. Sei que é uma pessoa ponderada, séria e que sabe escutar, que é, como diz o meu querido amigo José Caro Proença, ouvir com atenção. Assim sendo, embora, desde logo, eu tenha percebido o seu agrado pela ideia, colocou-me uma série de questões que qualquer pessoa de bom senso colocaria. Muito mais sendo Presidente da Câmara.

Questões essas que voltou a colocar na primeira e mais importante reacção à proposta, que entendeu manifestar no final da Assembleia Municipal em que, pela 1ª vez, apresentei o Projecto completamente estruturado.

A decisão do Projecto

Percebi, por tais reacções, que ou eu explicava muito bem, a toda a gente e “tintim-por-tintim” a minha proposta, ou ninguém acreditaria na sua concretização e, portanto, morreria de morte natural…

Comecei, por isso, a passar para o processador de texto tudo aquilo que já tinha pensado – mais o que me ia surgindo, à medida em que o Projecto ia crescendo. Tema por tema, problema por problema.

A convocatória da Assembleia Municipal extraordinária, com a qual, obviamente, nada tive que ver, proporcionou-me, dada a urgência do assunto, o melhor local para dar a conhecer o meu “plano” de criação do “Mercado de Rua Marquês de Pombal” e, simultaneamente, de “alavancagem” da revitalização do Barreiro Velho.

Comecei, por isso, a “fechar”, provisoriamente, os vários temas que já tinha suficientemente desenvolvidos para poderem ser apresentados.

Nas circunstâncias em que tive que preparar a apresentação – que, um dia destes, descreverei aqui – fui obrigado a não incluir na proposta alguns aspectos essenciais que, exactamente por serem muito importantes, não estavam ainda desenvolvidos suficientemente para o meu gosto…

Assim, não incluí, na documentação apresentada, os estudos que vinha fazendo sobre as atitudes de aceitação ou rejeição da população local e dos feirantes, sobre o financiamento e Gestão do Projecto, sobre as questões de segurança e sobre a logística da montagem e desmontagem do Mercado.

De fora ficou, também, pela mesma razão, a estratégia que idealizei para a requalificação do Barreiro Velho, na qual a criação do Mercado se integra.

Por isso, no fim-de-semana em que acaba a festa do Barreiro, espero poder entregar, em acto público, ao Sr. Presidente da Câmara, a versão 1.1 do dossier sobre o Mercado de Rua Marquês de Pombal.

Dar-lhe-ei, também, a 2ª edição, igualmente versão 1.1, do CD de divulgação e promoção do Projecto, incluindo algumas correcções de pormenor às 1ªs. versões e a adição de capítulos especificamente dedicados aos vários aspectos do Projecto que acima enumerei e que, até lá, irei apresentando em postagens que, com a regularidade que a vida me permitir, irei publicando.


Eu gosto tanto do Barreiro!

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