sábado, 18 de agosto de 2007

Escutar os interessados...

Muita gente, a começar pelo Sr. Presidente da Câmara, tem manifestado a sua preocupação sobre o impacto do “Mercado de Rua Marquês de Pombal” na vida dos residentes do Barreiro Velho. Acrescenta-se, sempre, uma dúvida, legítima, sobre a reacção dos habitantes daquela zona a este meu Projecto.

Outros há que, baseados na opinião das pessoas que conhecem e com quem falam e na sua própria sensibilidade, afirmam, peremptoriamente, que os habitantes do Barreiro Velho não vão aceitar tão “estranha” ideia.

Só se eu fosse completamente idiota é que pensaria em levar para a frente um projecto destes, sem escutar atentamente a opinião de todos os interessados! Far-me-ão o favor de considerar que, no meio da minha loucura, ainda me resta algum bom senso…

Só que, como se perceberá, se eu tivesse começado por aí, ainda agora estaria a ouvir uma das muitas entidades que, desde o início, encaro como imprescindíveis para levar a minha ideia a bom porto.

E se tivesse iniciado este processo tentando promover reuniões com os habitantes ou com os feirantes, a primeira coisa que me perguntariam era qual a minha legitimidade para estar a fazer convites ou convocatórias sem ter nenhuma proposta credível que servisse de base à discussão.

Por isso decidi apresentar, primeiro, a proposta, suficientemente estruturada para poder servir de base à discussão e aberta, para ser melhorada, a todos os contributos que a possam enriquecer e aperfeiçoar, com vista à sua efectiva concretização.

Assim sendo, todos os momentos da evolução deste processo obedecem a uma calendarização básica que eu próprio defini, sujeita, naturalmente, às adaptações necessárias para a adequar às disponibilidades e iniciativas de todos os interessados, a começar, naturalmente, pela Câmara Municipal do Barreiro, sem a qual, ou contra a qual, seria mera estultícia tentar fosse o que fosse.

Nessa “agenda” estão previstas, há muito, as seguintes acções:

1 - No que diz respeito aos futuros operadores

  • Audição dos feirantes do actual Mercado de levante da Verderena – o que tenciono fazer através da distribuição e tratamento de dados de um inquérito, que, antecipadamente, submeterei à consideração do Dr. José Teixeira Mota, advogado dos feirantes, o que tenciono fazer na próxima semana;
  • Audição dos possíveis interessados em operar no futuro Mercado – O que comecei, ontem, a fazer, distribuindo aos Artesãos presentes na Feira, e ao Kira, que também lá está com os seus quadros e o “Queiradas de Cinta”, um total de 16 dossiers, iguais aos 25 que entreguei na Assembleia Municipal, bem como esta carta e questionário


o qual recolherei no último dia das Festas, de quem o tiver preenchido;

  • Audição dos Comerciantes da Zona do Mercado – para o que irei, durante a semana que vem, entregar o mesmo dossier, uma carta e um pequeno questionário específico.

2 – Quanto à população do Barreiro Velho:

  • Esclarecimento, por todos os modos ao meu alcance, sobre a globalidade do projecto, em todas as suas vertentes, urbanística, económica e social, explicando a importância, para a estratégia delineada, da instalação do Mercado de rua Marquês de Pombal”, regulamentado, confinado e fiscalizado, como forma de potenciar a atractividade da zona, com vista à sua completa e célere requalificação.
  • Plenário público, dirigido aos habitantes do Barreiro Velho, aberto a todos os interessados, que eu já propus que se venha a realizar nos “Penicheiros”, por ser a colectividade mais antiga da zona e ter instalações para isso – mas que também pode ser no Polidesportivo da sede do Luso F. C…. – em data próxima, que eu já propus que fosse 4 de Setembro, mas que me parece mais realista ser realizado em meados do mês que vem, após grande mobilização dos moradores, por todos os meios que se conhecem.
  • Se necessário, convocação de um referendo local, tal como previsto na Lei Orgânica nº 4/2000, de 24 de Agosto, limitado aos eleitores da freguesia do Barreiro, o qual poderá ser convocado por qualquer dos Órgãos Autárquicos que a Lei prevê ou, no caso da freguesia do Barreiro, que tem 8151 eleitores, números de 2005, de acordo com o Recenseamento Eleitoral para a Assembleia da República, requerido por 654 cidadãos, nos termos do nº 2 do Artº 10 e do nº 1 do Artº 13º da referida Lei.

Por agora, gostaria, ainda, de deixar aqui, a parte final da carta, acima reproduzida, que entreguei aos artesãos:

Resta-me dar-lhe uma pequena explicação para este “impulso cívico” que decidi protagonizar.

Ao longo da nossa existência temos que tomar muitas decisões. As mais das vezes elas resultam de uma opção entre duas atitudes possíveis: ou viver de rastos, tentando safar-se o melhor possível, na lógica do “ter”, antecipando e temendo o momento da morte, ou agradecer o privilégio de se estar vivo, compartilhando com os outros o que somos e o que temos, vivendo cada momento, Sérgio Godinho dixit, como sendo o primeiro dia do resto da nossa vida. Não me lembro de alguma vez ter escolhido a primeira de tais opções.

Por isso resolvi avançar com a concretização desta ideia para o que conto com todos os que me queiram acompanhar na jornada. O caminho faz-se caminhando e eu adoro o Barreiro!

Saudações cidadãs do

António Cabós Gonçalves

1 comentário:

Anónimo disse...

Tambem gosto muito do Barreiro,mas sabes k há coisas dificeis de mudar, com nós,por ex. um grande beijinho. Nanda - S. Pedro do Sul