segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Reacções Adversas (1) – VTM e o Blog “Barreiro Velho”, Luís Zuzarte e a “Voz do Barreiro”

Luís Zuzarte - foto "Voz do Barreiro"

Na semana que agora findou, por razões imperativas de carácter profissional, não tive qualquer hipótese de me dedicar, como gostaria, à questão do “Mercado de Rua Marquês de Pombal” e da urgente requalificação do Barreiro Velho.

Lamento-o profundamente, porque foi exactamente na semana em que surgiram, com mais intensidade, um conjunto de reacções negativas à ideia que apresentei, as quais, na Blogosfera, já vinham tendo um arauto no Blog “Barreiro Velho”, desde que o seu Autor, no passado dia 11 de Agosto, aliás respondendo a uma “provocação” minha, publicou a postagem “Encher chouriços ao Marquês”.

Esse texto teve 2 comentários: uma resposta minha, e uma apreciação negativa do meu amigo VCN.

As coisas ficaram por aí, com várias pessoas a manifestarem apoio ao Projecto nas postagens subsequentes que fui fazendo, até que, em 16 de Agosto, um anónimo, em comentário ao texto Apoios e Contributos (2) - D. Cidália Cardoso, Feirante, transcreveu o Editorial de Luís Zuzarte, no jornal “Voz do Barreiro”, desse dia, que, sob a rubrica “Hoje falo eu”, dizia o seguinte:

O famigerado mercado

Na crista da onda está agora o ainda vivo mercado da Verderena que, a curtíssimo prazo, deixará de estar. Em causa o desaparecimento de um espaço e, quiçá de um tipo de venda que, em minha opinião, nunca deveria existir, com aquela dimensão e com o tipo de alguns produtos que sempre ofereceu sem que ninguém se preocupasse com isso, até que a ASAI lhe fez uma inesperada visita.

Nada tenho contra a venda ambulante e, muito menos, contra quem governa a vida através dessa forma. Tenho, sim, contra as regras e comportamentos quer de quem deixa funcionar mercados assim “à balda” e contra quem, se aproveita dessa “rebaldaria”.

Ao pensar assim, entendo que o ainda chamado mercado da Verderena, jamais deveria ter existido da forma como existe e porque assim penso, considero utópico admitir sequer ser possível a sua transferência mais para dentro da zona urbana, seja ela velha ou nova, sob pena de se matar aquilo que serve de fundamento a uma eventual revitalização de zonas históricas.

Estes mercados de rua, porque o são mesmo, vendendo o que ali se vende sem o rigor na higiene a que se obriga qualquer estabelecimento comercial, não podem, nem devem, continuar e muito menos existir. Doa isto a quem doer e possa isto contrariar alguns políticos habilidosos caçadores de votos. E, a propósito, convirá aqui lembrar a alguns políticos amnésicos que, quando o assunto foi discutido e decidido em reunião camarária, só o PSD votou contra e o PS absteve-se, ou seja, quem cala consente. Mas adiante.

A Autarquia, como se sabe, está num processo, também discutível, de construção de um novo mercado e reconversão do espaço envolvente, pensando ser isso, futuramente, um ponto aglutinador de vida no centro da cidade.

Quanto a mim não o será, mas isso são contas de outro rosário e para outra ocasião. O que interessa aqui, a propósito, é que se ampliem essas novas/futuras instalações e se remetam para esse mercado todas essas almas que, hoje, andam por aí ao pó, ao vento e à chuva a venderem o que bem lhes apetece e alguns o que não devem, por questões de saúde pública. Essa seria, quanto a mim, a solução mais responsável.

Para a via pública, tal como na Rua Augusta, em Lisboa, ou em outras cidades europeias e até mesmo à entrada de La Valeta, na ilha de Malta, as feiras são outras. O artesanato, as coisas típicas e a marroquinaria e até material “hi-fi”, constituem ali, sempre, espaços desejados a visitar.

E não venha ninguém dizer-me que falo assim porque não conheço este ou aquele outro lugar, seja em Londres ou na ilha de Chipre, porque a isso responderei, desde já, que se forem como o mercado da Verderena, nem quero conhecer.

Fiquei, então, a saber, como se vê pelos meus sublinhados, a opinião do distinto jornalista em relação a dois aspectos:

1º - Que a solução para o fim anunciado do Mercado da Verderena deveria ser meter no Mercado 1º de Maio, convenientemente ampliado para o efeito, os feirantes que hoje vendem no chamado Mercado de Levante. “Essa seria”, segundo o Luís Zuzarte, “a solução mais responsável”;

2º - Que o Luís Zuzarte gosta de Mercados na via pública, desde que sejam feiras onde se possam comprar “o artesanato, as coisas típicas e a marroquinaria e até material “hi-fi”, o que os torna “sempre, espaços desejados a visitar”.

Fiquei, por isso, muito mais descansado!...

8 comentários:

KIMBERLEY disse...

Não referiu as minhas opiniões que também são claramente contra esta sua proposta. Aliás, ainda estou a aguardar resposta para as questões que coloquei nos comentários do post anterior a este e sobre as quais ainda não se pronunciou, cuja pertinência revela alguns aspectos da inviabilidade do mercado.
Hoje, espero que o bom senso impere na reunião com a Câmara e que vejam a obscenidade desta ideia, num local que merece muito mais do que um mercado.
Cumprimentos.

António Cabós Gonçalves disse...

Bom dia

Fique descansada, que irei responder-lhe detalhadamente a todas as sua questões e a muitas outras!

Mas cronologicamente, para se perceber a evolução da coisa...

Quanto à reunião de hoje, não consigo vislumbrar o seu problema. Ainda não percebeu que o Projecto que apresentei é "muito mais do que um mercado"?

Ah, já percebi, no que está a pensar é nisto, que li na Proposta de que, apenas graças a si, acabei por ter conhecimento:

7 – INSTRUMENTOS DE TRABALHO IMPRESCINDÍVEIS

7.1 O Decreto-lei 794/76 de 5 de Novembro, que permite entre outros actos administrativos atribuições e competências nas Áreas criticas de recuperação e reconversão urbanísticas. O que vai ser feito?

7.2 O Decreto-lei 35/96 de 26 de Novembro, nunca utilizado desde a sua promulgação e que reconhece o Barreiro Velho como área critica de recuperação e reconversão urbanística, perguntamos : aproveitando as potencialidades que oferece este Decreto-lei, que aplicações práticas estão projectadas?

7.3 A recuperação do Barreiro Velho, face à dimensão da sua degradação exponencial,passa inexoravelmente pelo investimento, e pela criação de uma de Empresa de
Gestão do Parque Habitacional do Barreiro Velho.

A empresas a ser criada pela Autarquia, com investimento público e privado, estará vocacionada para gerir os mais de mil fogos existentes, com transferências de
financiamentos da Autarquia e outros para a EPGPHBV.
Constituía-se um compromisso entre os habitantes/proprietários a Autarquia e a EPGPHBV.

A COMISSÃO
J.M.B.
F.M.
L.C.
M.D.D.S.
V.M.

Barreiro, Julho 2003

Como ???

Alguém poderá explicar-me o que é isso de uma Empresa "vocacionada para gerir os mais de mil fogos existentes" ???

Anónimo disse...

A maior obscenidade é o Barreiro Velho ter chegado ao ponto a que chegou.
E o que fez a Senhora Kimberley para que tal não acontecêsse ?
Já sei, apresentou uma proposta no mandato PS.
E nos outros mandatos anteriores ?
E no actual mandato ?
Olhe que aquela foto de arborígene conjuntamente, com a do autor deste blog, é de um profundo mau gosto.
Este bloguer pelo menos dá a cara.
A Kimberley não dá a cara.
Um bocadinho cobarde, não ?
A ironia também caberá nisto tudo. Mas o assunto é demasiado sério, para brincadeiras inoportunas de adolescente "inconsiente".
Porte-se bem.

António Cabós Gonçalves disse...

Olá

Peço ao anónimo das 19:32 que não se aborreça com a "Kimberley".

Como se costuma dizer, não ofende quem quer, ofende quem pode!

E a comparação com o Aborígene, obviamente que só poderá ofender alguém para quem o outro, o diferente, possa constituir um "perigo". Alguém xenófobo. O que, certamente, não é o caso da Kimberley!

E como ela já deve ter percebido que eu não sou, também não deve ter pensado que tal me ofenderia!

Aliás, entre os Aborígenes, certamente haverá algum muito mais inteligente do que a "Kimberley" e dizer isto também não é uma ofensa, é apenas uma forte probabilidade estatística.

Quanto a dar, ou não, a cara, o amigo anónimo também não a deu, não foi?

Saúde para todos!

KIMBERLEY disse...

Sr. Anónimo,

Antes de falar recomendo-lhe que tenha a certeza de que conhece o significado das palavras.

Eu dou-lhe uma ajuda:

Aborígene, do Lat. aborigine, adj. e s. 2 gén., significa oriundo do país em que vive; indígena; nativo.

Assim, depois de uma análise linguística, verifica que não se trata de um insulto ao seu amigo, mas apenas de uma constatação.

Relativamente à proposta de 2003, lamento desiludi-lo mas eu nunca fiz parte da comissão de moradores e não fui responsável pela apresentação da mesma na altura. Tive sim conhecimento dessa proposta e considero-a mais realista e inteligente que a proposta do seu amigo. Por essa razão a divulguei.

Relativamente à alusão ao facto de ser uma adolescente, não se pergunta a idade a uma senhora, mas fiquei muito satisfeita em saber que, pelo menos, através da minha escrita não se veêm as rugas.

Considerei a sua observação um elogio, obrigada! ;)

Unknown disse...

Francamente, escutar as conversas alheias no Bar da Mila e apropriarem-se daa ideias escutadas nesse contexto, é mau, mas pior ainda é não as terem escutado bem e virem agora com propostas mal copiadas que só conduzirão o Barreiro velho e o centro doa cidade para mais um desastre na sua qualidade de vida. O mercado da Verderena é uma vergonha terceiro mundista que nunca deveria ter existido nos termos em que existe, querem agora transporté-lo para a zona mais nobre do Barreiro? tenham juizo.

SITI SAÚDE disse...

Caro Cabós


Mais uma, vez e tive calado uns tempos mas como verifico que os disparates são mais do que muitos sinto alguma indignação e tenho de me expressar.

Na sua entrevista ao Jornal Margem Sul de 31/08/2007, transferência ou projecto nenhum é exequível, pois como já afirmei não conhece o Barreiro Velho, Rua Marques de Pombal e zona, começa por afirmar que os jovens moradores o apoiam, onde é que existem jovens moradores na rua Marques Pombal, gostaria de saber fico a espera da suas indicações, pois jovens frequentadores da Rua Marques de Pombal devido a proliferação de Bares, eu conheço.
Eu proponho que fale com os verdadeiros moradores da zona evocada, assim como devera falar com os proprietários.

Por agora chega e espero que tenha a coragem de falar cara a cara com os moradores e proprietários da zona. Fico a espera apesar de continuar a achar que como refere apresentou um projecto que mais não é como o nome diz (PROJECTO), pois apesar de me encontrar bastante desiludido com a política de a vários anos praticada no nosso conselho, resta-me alguma esperança em alguns Barreirenses, verdadeiros.

Anónimo disse...

Sim, provavelmente por isso e